Folhando o livro de Caio Vilela Futebol Sem Fronteiras: Retratos da bola ao redor do mundo
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Slideshow images and captions by Caio Vilela © 2009 Caio Vilela
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Não importa quantos lugares eu vá
vejo que todas as pessoas são iguais
Odysseas Elytis
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Junto ao futebol de nossa telinha, o futebol da Copa do Mundo e dos campeonatos, dos mega-patrocinadores, a competição entre mil milhões de dólares, acontece um outro futebol: o das crianças que jogam em terrenos baldios, o dos que correm atrás da bola numa rua qualquer.
Uma realidade paralela: a pelada.
Uma simples realidade onde as regras são inventadas e aceitas por todos.
No futebol de rua, as pessoas deixam seus múltiplos papéis da vida real - profissão, educação, classe social- e simplesmente se convertem em jogadores; cada um funciona como unidade e parte do time ao mesmo tempo.
Também o tempo muda: flui como quando éramos crianças, quando o fim do jogo se via com o pôr do sol, com a sede e o cansaço.
Quanto ao espaço, não há fronteiras: e é isso o que percebemos quando folheamos o livro de Caio Vilela "Futebol Sem Fronteiras".
O fotógrafo que viajou por quase todo o mundo - desde Antártica até os desertos do Egito, desde o Monte Everest até as praias do Brasil- capturou com sua lente diversos momentos, pessoas e monumentos.
Durante suas viagens, conheceu personagens, culturas, paisagens, climas e códigos de comunicação.
Mas com um interesse em comum: o futebol.
O mesmo jogo, diferentes lugares, diferentes jogadores, diferentes meios.
Os campos de futebol: praias exóticas, monumentos do patrimônio mundial, favelas, desertos, vulcões, metrópoles. Os jogadores: crianças, viajantes, famílias, monges tibetanos, motoristas de camelo ou elefante. As matérias primas: gols construídos com sacos de lixo, trapos, traves imaginarias, bolas profissionais ou feitas com palhas.
As diferenças dos meios e dos mágicos arredores é a primeira coisa que chama a atenção quando vemos as imagens e lemos as observações de Caio Vilela sobre o caráter e o significado do futebol em cada país.
No entanto, quando nossos olhos, saciados pelas cores do mundo, realizam uma segunda leitura, o que vemos são semelhanças: as expressões dos rostos e os movimentos dos corpos resultam bastante familiares.
Na dança dos jogadores em volta da bola reconhecemos momentos de nossa própria experiência e relembramos o prazer do jogo.
Página por página, nossa experiência se une com as fotografias do livro e as imagens se animam: podemos escutar as vozes dos jogadores, os sorrisos, a poeira das ruas e o peito ofegante.
E com alivio percebemos que não importa onde vamos e as diferenças entre as pessoas, sempre seremos capazes de comunicarmos através do futebol.
Assim, com o livro de Caio Vilela "Futebol Sem Fronteiras", descobrimos que o futebol de rua -em contraste com o futebol de campo cheio de anúncios e divisões, alvo de controvérsias históricas, políticas, econômicas e falsos antagonismos- pode converter-se em um ponto comum de referência, comunicação e entendimento.
Uma bola de futebol une a todos.